terça-feira, 3 de novembro de 2015

Movimento Tradicionalista Gaúcho completa 49 anos




O Movimento Tradicionalista Gaúcho completou, no dia 28 de setembro, 49 anos de fundação. Atualmente a entidade congrega a absoluta maioria das entidades tradicionalistas presentes no Rio Grande do Sul e é referência e também produtora de estudos e pesquisas que procurem manter vivos os usos, costumes, memória histórica e cultural do Estado e do simbolismo do gaúcho.
Para comemorar a data, será realizada festividade no dia 31 de outubro, em Camaquã, no CTG Camaquã. O evento dará início às comemorações do cinquentenário da entidade, presidida atualmente por Manoelito Savaris. Algumas das atrações são a entrega de títulos aos conselheiros honorários e beneméritos, bem como a realização da Comenda João de Barro e entrega da Medalha Barbosa Lessa, que adotou Camaquã como cidade farroupilha. Também haverá encontro da ORCAV – Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande do Sul.
Segundo Manoelito Savaris, a entidade, com um pé no passado, está plenamente preparada para o futuro. Veja entrevista.

Existem no Rio Grande do Sul 1676 entidades filiadas ao Movimento e mais algumas não filiadas. A que se deve esse sucesso de adesão?
Savaris - O tradicionalismo gaúcho possui um modelo organizacional que favorece ao convívio entre gerações. Pais e filhos convivem pacificamente, sem conflitos, nos CTGs. Além disso, o foco na história e na tradição gaúcha é sempre motivo de orgulho e auto-estima face à forma como o estado foi constituído, seja geograficamente seja socialmente.

Em tempos de mudanças tão rápidas, em tecnologia, economia, valores, sociedade, como tem sido o desafio de cultuar a cultura regional?
Savaris - É claro que a velocidade da comunicação e as inúmeras oportunidades culturais disponíveis a partir dessa velocidade e da globalização nos impõe desafios. Estes desafios estamos superando com a oferta de oportunidade aos jovens, especialmente, de se realizarem de encontrarem no meio tradicionalista “a sua turma”.  Atualmente temos mais adeptos jovens – menos de 30 anos – do que pessoas de mais idade. Seguimos os ensinamentos de Tolstoi: “se queres ser universal, cante a tua aldeia”.

O MTG tem por missão cuidar de algo que é patrimônio de todos os gaúchos: sua história, seu folclore, sua cultura. Ao mesmo tempo, enquanto instituição, é uma espécie de clube, com suas próprias regras, normativas etc, definidas somente pelos associados. Como em sido o diálogo com a sociedade, nesse sentido?
Savaris - A nossa preocupação é atender bem e oferecer ambiente adequado aos que desejam ser associados. Nossa comunicação com a sociedade se faz principalmente pelos eventos que realizamos e na relação de cada associado no seu ambiente social e de trabalho. Não temos a preocupação de justificar ou dar explicações sobre os nossos métodos e regras para quem não faz parte do Movimento.

Na sua opinião, quais tem sido os principais méritos do Movimento nestes anos todos de existência?
Savaris:
- ter resgatado a música regional;
- ter resgatado e valorizado manifestações folclóricas importantes como a dança;
- ter criado um Grande sistema, sólido, disciplinado e hierarquizado através do qual conseguiu valorizar e fortalecer a identidade cultural regional.
- ter servido de “escola”, de referência moral e ética, de ambiente para encontros sadios e parcerias edificantes para milhares de jovens ao longo destes 70 anos de tradicionalismo e 49 anos de MTG.

Para o futuro, quais são os planos?
Savaris - Manter a linha adotada até hoje, não transigindo, não tergiversando sobre aspectos fundamentais da tradição e mantendo a estrutura em funcionamento readaptada para os tempos de dificuldade econômica e de crise social, ética e política pela qual passa a sociedade brasileira.

O que o Movimento tem de diferente hoje, comparando a quando iniciou suas atividades?
Savaris - A tradição não é dogma. Ou seja, ela se modifica e se adapta. A tradição que hoje nos pauta é diferente daquela que pautou os primeiros tradicionalistas. A diferença está em algumas práticas e em alguns fazeres. No fundamento não há diferença, tanto que a Carta de Princípios é a mesma adotada há 55 anos passados.

Em que medida podemos dizer que o Movimento é responsável por este orgulho que o gaúcho tem de ser gaúcho?
Savaris - Não temos como aquilatar isso, mas o sentimento que temos é de que temos boa parte de contribuição nessa questão.

 Sandra Veroneze
Assessoria de Imprensa MTG


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